Estrada

A estrada que me levava, crescia à medida que a percorria. E mudava a cada percurso. Eu ia trocando de pele à medida que devorava quilómetros. À medida que envelhecia e voltava a rejuvenescer. Entre o desencanto pela demora e a esperança pelo reencontro.
 Muitas vezes desisti. E o regresso era alimentado a recordações do que poderia ter acontecido. Do que poderia ter dito. Do que poderia ter ouvido. Das mãos que se poderiam ter enlaçado. E essas memórias alimentavam-me todos os dias. Até a fome voltar e eu ter que voltar a partir.

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