Saturno
Os dias sucediam se. E a vida acontecia. Sem esforço. Sem lógica, mas sem surpresas. Os acontecimentos, mesmo que desconexos, não modificavam minimamente o curso geral da minha existência.
De cada vez que me interrogava sobre o porquê de tal suceder, o tempo castigava-me acelerando a passagem dos ponteiros.
Aprendi por isso a não me interrogar em voz alta. O medo da punição sobrepunha-se à necessidade de respostas.
Vivia por isso paralisado. Olhando a passagem do tempo. Tentando medi-lo. Tentando estudá-lo. Tentando encontrar um antídoto. Ou um ponto fraco que o fizesse abrandar. Mas com essas investigações só conseguia que o castigo fosse ainda maior. E que o tempo se fosse esgotando.
E assim continuou a acontecer. Até ao dia em que
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